quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bombas atômicas e casinhas de cachorro.



Disciplina é um assunto raro nos meus artigos, deve ser porque não enxergo disciplina com os olhos da igreja, prefiro as lentes de Jesus. Essas lentes filtram toda a crosta de pecado que há no ser humano e nos deixa de frente com o que resta do indivíduo que é sua fragilidade diante de lidar com determinadas situações e a fagulha de Deus que existe em cada um de nós. Quando encaramos o outro dessa forma, entendemos porque tantos erros e tanta imaturidade. Mergulhamos na introspecção e recordamos do quanto somos parecidos. Talvez, os “delitos” sejam diferentes, mas como na ótica de Deus não existe tamanho de pecado, nem nível de gravidade, estamos todos no mesmo barco.

Quantas pessoas você conhece que foram levadas a julgamento e sentenciadas sumariamente dentro de nossas igrejas por intermédio de nossos sumo sacerdotes e juízes de plantão? Já vi inúmeros casos...

Certa vez uma mulher foi impedida de batizar-se por conta de uma pendência judicial, porque vivia maritalmente com alguém. A outra, uma menina foi impedida por conta de suas unhas negras e um piercing no nariz. Quanto legalismo...

Jesus jamais deixaria de fora de suas bodas gente desse tipo, que está sinceramente buscando andar com Deus, mas que é diferente no seu modo de vestir. Tampouco impediria uma mulher que vive maritalmente a anos de receber o batismo, visto que por muito menos já havia perdoado e intercedido por uma mulher adúltera e por prostitutas.

A verdade é que disciplina na igreja é como tratar caspa com decapitação, é como usar uma bomba atômica para demolir uma casa de cachorro. É por essas e outras que um pastor próximo disse certa vez: “A igreja é a única instituição que enterra os seus heróis vivos”. E ele tem razão, cada ocorrência é tratada como se o mundo estivesse acabando, com alarde, com desdém pela vida, com a explanação da vergonha do próximo e sem nenhum cuidado para reconduzir as pessoas envolvidas na comunidade da fé.

A perspectiva da igreja hoje é excludente, quando deveria ser segundo Jesus de inclusão no corpo. Em todo tempo que esteve encarnado, Jesus jamais excluiu ninguém da sua presença, pelo contrário, por onde passou foi conciliador, agente de paz e extremamente compromissado com os dramas da humanidade, a ponto de salvar um ladrão que havia vivido uma vida inteira na criminalidade, mas que agora, no último momento decidira experimentar a Cristo.

Que nosso moralismo sempre esteja abaixo de nossa compaixão. Que nosso senso de decência sempre esteja submetido ao amor de Cristo, para que não façamos como alguns que há anos vem matando gerações de jovens com seu discurso legalista e excludente, ao invés de cederem ao imensurável e incondicional amor de Deus.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ensine a viver como irmãos...
E no mais... tudo na mais santa paz!

O twitter do Pastor Márcio de Souza é @pastormarcio

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